O juízo e a esperança
1Assim diz o Senhor: “O céu é o meu trono e a Terra é o estrado dos meus pés! Que casa me poderiam construir ou que lugar para o meu descanso? 2 Foi a minha mão que fez todas essas coisas! Tudo é meu! Contudo, olharei com piedade para todo aquele que tiver um coração simples e arrependido, que trema perante a minha palavra.
3 Mas aqueles que preferem escolher os seus próprios caminhos, deleitando-se nos seus pecados, serão amaldiçoados; as suas oferendas não serão aceites. Quando uma tal pessoa sacrificar um boi sobre o altar de Deus, isso terá para mim o mesmo significado e gravidade que assassinar um homem. Se sacrificarem um cordeiro, ou se trouxerem uma oferta de cereais, será tão repugnante como trazer um cão ou sangue de porco para o altar! Quando queimarem incenso será absolutamente o mesmo que prestar culto a abominações. 4 Mandar-lhes-ei grandes tribulações; tudo aquilo que precisamente receiam, visto que quando chamei por eles recusaram responder-me e quando lhes dirigi a minha palavra não quiseram ouvir-me. Até fizeram o mal, na minha própria presença, e optaram por aquelas coisas que sabiam bem que eu abominava.”
5 Ouçam a palavra do Senhor, todos os que o temem e tremam com a sua palavra: “Os vossos irmãos vos odeiam e aborrecem; expulsam-vos por serem leais ao meu nome; troçam de vocês dizendo: ‘Que o Senhor seja glorificado, para que vejamos a vossa alegria!’ Mas se dizem isso, agora na risota, o certo é que hão de ficar envergonhados.
6 Que movimento, que rumor é este na cidade? Que ruído tremendo é este que se ouve no templo? É justamente a voz do Senhor dando a paga aos seus inimigos.
7 Antes das contrações do parto, ela deu à luz; antes que as dores viessem, teve um menino. 8 Quem alguma vez ouviu tal ou viu coisa semelhante? Porventura um povo nasce num só dia ou uma nação nasce duma só vez? Mas foi este o caso de Sião, que mal sentiu as contrações, deu à luz os seus filhos. 9 Seria eu capaz de levar o parto até ao último momento sem que se desse o nascimento?, pergunta o Senhor, o vosso Deus. Não, nunca!
10 Alegrem-se com Jerusalém! Regozijam-se com ela, todos os que a amam e que choraram por causa dela! Deleitem-se em Jerusalém! 11 Saciem-se fartamente da sua glória, como se fosse um bebé sôfrego ao peito da mãe. 12 A prosperidade encherá Jerusalém como se um rio a inundasse, diz o Senhor, pois sou eu quem a envia. Serão as riquezas dos gentios que se derramarão sobre ela. Os seus filhos alimentar-se-ão aos seus peitos, levados ao seu colo, embalados sobre os seus joelhos. 13 Confortar-vos-ei ali, tal como um pequenino é consolado pela mãe.”
14 Quando virem Jerusalém, o vosso coração vibrará de gozo; o vosso corpo retomará vigor como a erva na primavera. Todo o mundo verá a boa mão do Senhor sobre o seu povo e a sua cólera sobre os seus adversários.
15 Reparem, o Senhor há de vir com fogo e com velozes carros, para condenar com severa cólera, para fazer justiça com chamas de fogo! 16 Será precisamente com fogo e com a sua espada que o Senhor condenará o mundo e será grande a matança que terá de fazer!
17 “Serão mortos todos aqueles que adoram ídolos atrás de qualquer árvore dum jardim, fazendo festins com carne de porco e de ratos, e com toda a espécie de coisas abomináveis. Sim, esses terão um fim maldito, diz o Senhor.
18 Conheço muito bem as suas obras; sei perfeitamente o que pensam. Por isso, juntarei todas as nações e todos os povos contra Jerusalém, para ali verem a minha glória. 19 Realizarei um poderoso milagre contra eles e aos que dali escaparem enviá-los-ei como missionários a Társis, a Pul e a Lude, povo exímio no uso do arco, a Tubal, à Grécia e às terras para além do mar, que nunca ouviram falar da minha fama, nem se deram conta da minha glória. Aí será anunciada a minha glória aos gentios. 20 E trarão os vossos irmãos, vindos de todas as nações, como se fosse um presente oferecido ao Senhor, transportando-os cuidadosamente em carros e liteiras, em mulas e camelos, até ao meu santo monte, até Jerusalém, diz o Senhor. Será como quando se trazem as ofertas na época das colheitas, que enchem o templo do Senhor, transportadas em vasos limpos. 21 E nomearei alguns desses para serem meus sacerdotes e levitas, diz o Senhor.
22 Tão certo como os novos céus e a nova Terra que eu hei de criar permanecerão para sempre, assim também serão para sempre o meu povo, com um nome que nunca há de desaparecer. 23 Toda a humanidade virá para me adorar, de sábado a sábado, de uma festa da lua nova a outra, diz o Senhor. 24 Ao saírem verão os corpos mortos dos que se revoltaram contra mim, visto que os vermes que os comem nunca morrerão e o fogo que os consome nunca se apagará; serão um sinal de desprezo para todo o ser humano.”