1Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo do julgamento consuma os teus cedros! Serão consumidos como por um fogo devastador que consome a floresta. 2 Chorem, ciprestes, por causa da ruína desses cedros. Os mais belos, os mais altos, já caíram. Gritem de medo, carvalhos de Basã, ao ver essas florestas consumidas. 3 Escutem o uivo dos líderes de Israel, todos esses maus pastores, porque desapareceu a sua prosperidade. Escutem o rugir dos pequenos leões, são os príncipes chorando, porque o seu glorioso vale do Jordão está uma ruína.
Dois pastores
4 Então o Senhor, meu Deus, disse-me: “Arranja trabalho como pastor dum rebanho que esteja a ser engordado para o matadouro. 5 Isto ilustrará a forma como o meu povo foi comprado e morto por maus líderes, que continuam sem castigo. ‘Graças ao Senhor, agora estou rico!’, dizem os que os traíram, os seus próprios pastores que os venderam sem misericórdia. 6 Eu não pouparei nem uns nem outros, diz o Senhor, pois deixarei que caiam nas garras dos seus líderes malvados, que os liquidarão. Farão da terra um deserto e não a protegerei das suas más ações.”
7 Tornei-me então pastor das ovelhas separadas para a matança, as mais necessitadas e frágeis ovelhas do rebanho. Fui então buscar dois cajados e chamei a um Graça e ao outro União, e com eles apascentei todas as ovelhas. 8 Num só mês liquidei os três maus pastores. Porém, tornei-me impaciente com estas ovelhas, com esta nação, e elas desgostaram-se de mim. 9 Por isso, lhes disse: “Não quero mais ser o vosso pastor! Se tiverem de morrer, que morram! Se forem destruídas, não me importo! E as que ficarem, que se comam umas às outras!”
10 Peguei no cajado a que chamara Graça e quebrei-o em dois, mostrando assim que tinha quebrado a minha aliança com todos os povos. 11 Isto foi o fim do meu contrato. Então, os mercadores de ovelhas que estavam a observar compreenderam que Deus estava a dizer-lhes algo através daquilo que eu fiz. 12 E eu disse aos seus líderes: “Se quiserem, deem-me a minha paga, aquilo que decidirem, se assim entenderem.” Fizeram então contas ao meu salário e deram-me trinta moedas de prata.
13 Disse-me o Senhor: “Atira isso para dentro do cofre do templo, essa fortuna em que fui avaliado por eles!” Peguei nas trinta moedas e lancei-as lá para dentro.
14 Quebrei também o meu outro cajado, União, para mostrar que o laço de união entre Judá e Israel estava igualmente quebrado.
15 Seguidamente, o Senhor mandou-me de novo procurar trabalho como pastor. Desta vez o meu papel era servir como pastor insensato. 16 E disse-me: “Isto é uma ilustração de como entregarei esta nação aos cuidados dum pastor que não se preocupará com as ovelhas que estão a morrer, nem com as que se desgarram, não tratará das que se ferirem, nem alimentará as saudáveis; pelo contrário, pegará nas mais gordas e comerá a sua carne e lhes partirá as patas. 17 Ai desse pastor insensato que não se preocupa com o rebanho! A espada lhe ferirá o braço e trespassará o olho direito, de tal forma que nunca mais poderá recuperar desse braço e dessa vista ficará inteiramente cego.”